Imagina trabalhar perto da sua casa? Demorar menos de uma hora no trajeto de ida e volta da sua casa ao trabalho e vice e versa? Economizaria tempo e conseguiria se dedicar a outras atividades, fora que escaparia do estresse do trânsito. Para contribuir com o processo de descentralização das oportunidades de trabalho, O
Guia de Empregos das Periferias (GEP) é uma plataforma gratuita de referência no mapeamento e difusão de ofertas de vagas de trabalho nas regiões periféricas da capital e Grande São Paulo.
A iniciativa foi idealizada por Vagner de Alencar, jornalista do Blog Mural – Agência de Jornalismo das Periferias, e Anderson Meneses, publicitário e gerente de mídias sociais do Catraca Livre. A plataforma é uma das ações da Agência Mural, que ainda oferece Mural nas Escolas, a Expo Mural, o blog Mural, hospedado na Folha de S. Paulo:
http://agenciamural.com.br/. O recurso veio do Vai-TEC, um programa da Prefeitura de São Paulo destinado para desenvolver projetos de inovação tecnológica e estimular novas ideias a produtos, processos, aplicativos, jogos, técnicas ou até metodologias.
Além das vagas de emprego, a plataforma ainda oferece um canal de notícias com publicações sobre o mercado de trabalho e dicas atualizadas semanalmente. O Guia reúne a oferta de empregos existentes nos bairros mais afastados da capital de São Paulo. As empresas ou pessoas podem cadastrar suas oportunidades e os candidatos poderão procurar as vagas onde residem. Há ainda canais específicos, como: Meu Primeiro Emprego e Egressos do Sistema Penitenciário.
Desde o início a iniciativa conta com apoio e parceria de ações de jornalismo hiperlocal como a Agência de Jornalismo Mural (
http://agenciamural.com.br/ ) e Nós, Mulheres da Periferia (
http://nosmulheresdaperiferia.com.br/). A plataforma conta ainda com as versões web e app.
Vagner conta que uma das principais aspirações foram suas próprias vivências, de sempre trabalhar e estudar muito distante de sua casa. “As histórias de nossos pais, amigos, colegas que precisavam madrugar para chegar ao trabalho, sempre chegando cedo em casa, cansados, estressados por causa do trânsito, do tempo perdido no deslocamento, que chegava até quatro horas por dia”. Outro fator estimulador foi estar alinhado com o Plano Diretor da cidade de São Paulo, que prevê a descentralização das oportunidades de trabalho para o desenvolvimento local das regiões mais distantes.
Até agora a plataforma teve 42 mil visualizações e possui 7605 usuários cadastrados. Maior parte do acesso é pelo mobile.
As vagas anunciadas são bem diversas, que inclui educação, esporte, saúde, serviços em geral, comércio e a área social. Também são para diferentes tipos de escolaridade, do ensino fundamental ao superior. “Há desde psicólogo na zona leste, a auxiliar de cozinha, na zona norte”, informa Vagner. São inseridas vagas diariamente, seja mapeando ou recebendo e-mails de empregadores interessados em divulgar suas ofertas, até as Fábricas de Cultura que ficam em bairros mais periféricos. E Vagner ainda pontua: “As zonas leste e sul concentram a maior parte das oportunidades. Acredito que até menos pelo fato de serem duas das regiões mais populosas da cidade. Mas há bastante vagas nos municípios da região metropolitana”.
Para contribuir com a divulgação das vagas e conhecer mais para inserí-las na plataforma, é usada a página no Facebook, apoio dos correspondentes da Agência Mural e ações presenciais, como a que ocorreu na rua Barão de Itapetininga, na região da República, centro de São Paulo. “Viramos homem-placa e conversamos com as pessoas, distribuímos folhetos do GEP”. A ideia é fazer em outros locais do central onde há um grande fluxo de pessoas em busca de empregos como eventos culturais nas periferias, CEUs, Etecs, entre outros.
Segundo o jornalista Vagner, o sonho é que a plataforma se torne referência para empresas e empregadores e moradores da periferia em busca de trabalho. “Que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas, seja fazendo essa conexão, permitindo com que mais pessoas consigam efetivamente trabalhar perto de casa, que possam ter mais tempo dedicado aos estudos, ao lazer, à família. E, quem sabe, impactar na dinâmica da cidade, seja reduzindo os congestionamentos por conta da não mobilidade urbana, a descentralização das oportunidades de trabalho, o estimulo à economia das regiões periféricas”, defende.